Durante 30 anos Jesus se preparou como homem para se
apresentar à humanidade como o Cristo.
O Mestre dos mestres sempre quis que todos indistintamente se transformassem em um Cristo, apesar disso, as pessoas buscavam a Ele pelos
milagres que realizava e poucos, bem poucos, O buscavam para obter a
vida eterna. Queriam apenas que as suas necessidades momentâneas fossem
atendidas. Pouco mudou desde aquela época. Os que procuram seguir os passos de Jesus e que calçam Suas
sandálias, são taxados como loucos, estão fora da realidade a exemplo da época em que ele caminhava sobre
a terra afim de mostrar ao homem o caminho do “reino de Deus”. Um reino que não
está fora, mas dentro do próprio homem, portanto, totalmente ao seu alcance.
Este reino está na pureza do coração e das ações.
Na Páscoa muitos buscam estar presentes em todos os atos religiosos,
mas poucos buscam a sua transmutação, sua ressurreição, sua redenção que só pode acontecer a partir de sua transformação em um novo homem.
Quando Jesus estava em Cafarnaum pregando no Templo, depois
de realizar grandes feitos afim de dar aos presentes o elixir para a
solução de todos os problemas de suas vidas e não apenas as soluções momentâneas, ao invés dos presentes perceberem a
profundidade do que o Mestre estava a dizer, reclamaram dizendo “duro é ouvir
isso” e o abandonaram, ficando ao Seu lado uns poucos que verdadeiramente desejavam
encontrar o “reino de Deus”, aprender a se transformar, a nascer em espírito.
O homem em sua maioria sempre optou pelas facilidades e comodidades, sempre
preferiu receber o peixe para saciar a fome do que aprender a
pescar e garantir o alimento para toda a vida. Essa comodidade, esse
afastamento de Deus tem retardado a sua transformação de criatura, em filho de Deus.
Jesus se sacrificou ao máximo para que todos indistintamente atingissem a
vida eterna, demonstrando pela humanidade um amor poucas vezes experimentado. Jesus
Cristo deu sua vida pela humanidade enquanto que ela ao longo dos séculos vem preferindo
“comprar” a ideia de que basta crer que Ele é o filho de Deus e aceita-Lo como
seu único salvador para que seja alcançado o “reino de Deus”. Ora, se assim fosse, o
Cristo não teria perdido tempo de ensinar à humanidade o caminho até o Pai, bem
como não teria respondido a Nicodemos, doutor da lei que “é preciso nascer de
novo, nascer em espírito”.
A bem da verdade o conhecimento passado pelas religiões leva
ao saber, mas, só na medida em que o homem expande sua consciência é que ele se aproxima da sabedoria divina. Deus não escolhe os preparados, mas prepara os escolhidos e esses deverão ser sempre àqueles que se colocam no caminho que os conduz até Ele.
A ressurreição, portanto, depende da transformação e isso ficou claro nas
mensagens do Mestre.
A lei do amor é a maior de todas as leis. Portanto não pode
dizer que ama quem engana ao seu próximo, quem falta com a verdade, quem trapaceia,
quem só quer levar vantagem em tudo, quem desconhece a dor alheia, quem deixa
de estender às mãos para o irmão caído, quem fecha os olhos e não enxerga os
que sofrem, quem não se mantém sempre alerta para servir ao outro e para amá-lo
como a si mesmo.
Não basta apenas comemorar a Páscoa, ou seja, a morte e ressurreição do Cristo, a exemplo do que fazem os Judeus que comemoram a Páscoa bem antes do
Cristianismo como a data da libertação do povo do julgo do Egito após mais de 400
anos. É preciso mais. É necessário dignificar a morte e ressurreição do Cristo
com a transformação permanente. É necessário querer nascer de novo. É
importante que se diga em alto e bom som e em atitudes, “eis-me aqui Senhor” para
que as palavras do Cristo que representam o Verbo de Deus façam morada no
coração do homem. Querer apenas os benefícios do milagre da ressurreição é egoísmo, é desmerecer
o sacrifício do Cristo pela humanidade.
Buscai o reino de Deus dentro de si e todas as coisas virão
como acréscimo!
Fr. A.N.
prior.br@gmail.com
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