Na Idade Média nove cavaleiros deixaram suas famílias,
títulos e o conforto de seus lares na França e partiram para o Oriente Médio,
com a missão de se estabelecerem na terra onde estavam guardados antigos segredos
sobre o velho e o novo testamento. Até aí nada de novo, pois muitos já fizeram
isso antes, fato que é público e notório.
Esses cavaleiros se diferenciaram dos demais, pois se
instalaram em Jerusalém para protegerem os peregrinos da Europa e de outras
partes do mundo que para lá se dirigiam afim de visitarem a terra onde muitos profetas
e o próprio Cristo vivera.
Com a permanência dos cavaleiros na Terra Santa, o rei
Baduíno resolveu dar-lhes os escombros do antigo templo de Salomão para eles se
instalassem, vindo daí o nome de Cavaleiros Templários ou Cavaleiros do Templo
de Salomão.
Nove anos depois os cavaleiros que desde que lá chegaram começaram
a escavar os escombros do templo encontraram objetos, documentos e relíquias
que se viessem à tona desestabilizaria a Igreja e seus dogmas. Tais achados falavam
das práticas e forma de vida da Igreja primitiva, diferenciada em muito da
igreja de então.
Diante do achado e apadrinhados pelo Abade francês de nome de
Bernard de Clairvaux, os Cavaleiros passaram a ser reconhecidos pelo Papa e a gozar
de privilégios dados pela Igreja que ninguém mais teria na face da Terra.
Os Cavaleiros tinham seus próprios escritos criptográficos que
lhes garantiriam comunicar-se entre si, e assim, guardar e transmitir segredos
que só os que pertenciam à Ordem e que tivessem certos graus dentro da mesma poderiam
tomar conhecimento.
Apesar da tragédia da Ordem do Templo ocorrida em 1307 pela
ganância do rei Felipe - o Belo – da França com a anuência do Papa Clemente V
com fins de se apossarem dos tesouros da Ordem, seus segredos e mistérios
continuam resguardados como sempre os tiveram. Seus ensinamentos reservados vêm
sendo repassados aos seus membros de forma oral, como eram repassados os antigos
ensinamentos do Cristo a seus seguidores e discípulos mais próximos.
O que o rei e o Papa conseguiram com suas ações foi
apossar-se das cerca de 9 mil propriedades pertencentes à Ordem, mas não de
seus tesouros, que nunca foram encontrados.
Com a tragédia, a Ordem se dividiu em duas correntes, uma
miliciana, que ainda hoje acredita que pela força vai “vingar” a morte de
Jacques De Molay e dos Irmãos mortos na fogueira. Enquanto que a outra, como
verdadeiros Soldados de Cristo, acredita que Jacques de Molay e os Irmãos
queimados vivos nas fogueiras da inquisição, se ofereceram em holocausto para
preservarem os segredos da Ordem, das mãos de infiéis, tendo em vista, as
muitas investidas na época de soberanos em busca de se infiltrarem para tentar
descobrir os tesouros da Ordem. São esses Cavaleiros que ainda hoje acreditam
que só pela via do coração, do amor e do renascimento do homem é possível
conhecer e se achegar até o Graal.
Enquanto o primeiro grupo acredita que pela força vai restabelecer
o nome da Ordem, o segundo, busca preparar-se espiritualmente para se tornar “digno
de conhecer os mistérios do Cristo”. Para esses, o que importa é o alimento que
“não perece, mas dura para a vida inteira”.
Antes de ser um Cavaleiro Templário capaz de “combater o bom
combate” o Cavaleiro deve se tornar um bom Monge e isso São Bernardo que
escreveu as regras da Ordem dizia desde a fundação da mesma.
O mal gera o mal e só o bem vence o mal.
Deus não escolhe os preparados, mas prepara os escolhidos.
A sabedoria do homem é loucura diante de Deus.
É impossível se chegar ao sagrado pela via do intelecto.
Só se chega ao sagrado pela via do coração.
Se o Iniciado não deixar seus sonhos e fantasias sobre a
iniciação e a Ordem do lado de fora do Templo, não pode conhecer o segredo que
é revelado aos puros de coração.
Deus fala ao homem de diversas maneiras e, é preciso que o
homem esteja sempre aberto a mensagem de Deus.
Nenhum mistério pode ser revelado de uma só vez. Na medida em
que o Iniciado vai caminhando em direção ao Graal, ele vai recebendo informações
que, como um quebra cabeça, vão se encaixando peça por peça, para a formação de
um novo quadro. Assim os enigmas vão se tornando visíveis ao seus olhos.
É preciso que a mente vá se expandindo e se fundindo à luz. Dessa
expansão começa a surgir o desvendar dos mistérios. Ninguém, por mais alto grau
que ocupe na Ordem tem o poder de transmitir a outrem os ensinamentos sagrados.
De torna-lo novo homem. Só o Iniciado pode se colocar em condição de receber tais
ensinamentos de acordo com o grau de seu desenvolvimento pessoal. Daí o Cristo
ter revelado que “muitos são chamados e poucos os escolhidos”.
Se o Iniciado não tiver o coração aberto e a pureza em seu coração
não consegue enxergar o que só os puros de coração podem conseguir.
Os segredos são passados de geração em geração aos que são
dignos de receberem os mistérios do Cristo.
Não cabe ao homem querer, estudar e/ou procurar nenhuma
técnica para se colocar em condição de ser merecedor dos mistérios, é preciso
se entregar e se colocar à disposição do sagrado. É preciso vencer a si mesmo.
Vencer o seu ego.
Sem abrir o seu coração a Deus, sem se entregar a uma nova
vida, sem abandonar os velhos vícios é impossível renascer. Sem renascer, é
impossível encontrar o “reino de Deus”.
A sabedoria Templária consiste no renascimento do homem, em colocar
prática os ensinamentos sagrados. Em se entregar ao Deus da justiça, do amor,
do perdão, da solidariedade, da fraternidade, da bondade, da compreensão...
Muitas vezes o Iniciado é convidado a voltar ao ponto de
partida para que o caminho seja melhor compreendido. Daí os Templários terem construído
tantos labirintos. Esses labirintos levam o curioso a desistir ou então se
enveredar por outros caminhos.
Em Hebreus 4 lê-se que “não há criatura alguma encoberta
diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com
quem temos de tratar”, portanto, ninguém pode preparar ao outro, é preciso que
cada um se coloque diante do santuário de forma pura e limpa, para ali
permanecer e ser merecedor do conhecimento dos mistérios de Deus, caso
contrário, terá olhos e não verá e ouvidos e não ouvirá.
Os primeiros Templários - Irmãos Maiores da Ordem - ao
tomarem conhecimento de tantos mistérios assumiram um compromisso com Deus de
os resguardar, assim vem sendo feito através dos séculos.
Só o Iniciado, por si mesmo, por seus próprios méritos pode
chegar ao Graal. Eis a sabedoria Templária, pois ela provém de Deus.
Fr. A.N.
prior.br@gmail.com
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