quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Deixa-me falar, Senhor, é para Tua Glória, ainda que em Tuas mãos eu não seja mais do que uma folha que cai" (Bernard de Clairvaux)

A História de San Bernardo de Claraval

Bernard de Fontaine, abade de Clairvaux era um Monge e um reformador Francês. Foi canonizado pela Igreja Católica, em 1174, convertendo-se a partir de então em San Bernardo.
Seu nome quer dizer: Ber (poço, fonte) e nardo (uma planta humilde, cálida por natureza e também muito aromática), o que correspondia bem com a personalidade de San Bernardo que foi um homem de caridade fervorosa, humilde, fonte de doutrina e poço de ciência e que sua reputação estendia perfume por todas as partes.
Guillermo, seu companheiro e abade de San Teodorico e Hernaldo, abade de Valbuena, escreveram sobre sua vida. Dizem eles que Bernardo era Doutor da Igreja, nascido em 1.090, em Castillo de Fontaines, na Borgonha e que morreu em 21 de agosto de 1.153.
Depois da morte de sua mãe (1.113) entra para a Abadia de Cister (Citeaux) juntamente com 38 jovens da nobreza de Borgonha.
Já em 1.115, Étienne Harding envia ao jovem Bernardo um grupo de monges para que fundasse no Vale de Langres uma nova Congregação, a qual recebeu o nome de Claire Vallée (Vale Claro), que logo se converteu em Abadia de Clairvaux sendo que ali ele foi Abade por 40 anos até a sua morte. Sempre esteve rodeado de grande número de pessoas desejosas em atingir à santidade.
A disciplina imposta por Bernardo era muito severa e ele sempre se debruçava sobre os estudos da Sagrada Escritura. Tinha predileção pelo Cântico de Salomão e por Santo Agostinho.

Basílica e casa natal de San Bernardo

Toda a família de Bernardo se converteu e, desde 1.118, foram fundadas novas Casas de Clairvaux (Abadia de Nossa senhora de Fontenay). Em 1.119, Bernardo toma parte do Capítulo Geral dos Cistercienses por convocação de Étienne Harding, que da forma definitiva á Ordem. Ali foi redigida a "Carta Caridade" que pouco depois foi confirmada pelo Papa Calixto II.
Com a chegada de San Bernardo em 1.112 iniciou-se o processo de expansão e influência do Cister, sendo que o século XII foi à grande época dos Monges Brancos.
Foi naquela época que Bernardo escreveu suas primeiras obras, tratados e homilias e também inúmeras cartas incentivando a reforma do resto do Clero.

Sua personalidade

Bernardo tinha um carisma especial para atrair a todos para Cristo.
Era amável, simpático, inteligente, bondoso e alegre. Durante algum tempo se inclinou para a vida mundana, porém nela sentia-se vazio e a cada festa se sentia mais desiludido do mundo e de seus prazeres.

A visão de trocou sua trajetória

Numa Noite de Natal quando celebravam as cerimônias religiosas no Templo, Bernardo se deitou para dormir e viu o Menino Jesus, em Belém, no colo de Maria. A Santa Mãe, lhe oferecia Seu Filho que o amava e assim fizera com que ele desse amor a muitas outras pessoas. Desde aquele dia decidiu se consagrar à religião e ao apostolado. Bernardo foi então ao Convento chamado Cister e o Superior San Esteban Harding o aceitou com grande alegria.

Seu amor pela Virgem Santíssima

Bernardo foi grande seguidor da Virgem Santíssima. Adiantou-se em seu tempo, considerando-a Mediadora de todas as Graças e Poderosa Intercessora nossa, junto ao Seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Deve-se a San Bernardo as últimas palavras da Salve Rainha: "Oh clementíssima, oh piedosa, oh doce Virgem Maria", assim como a belíssima Oração do "Acordaos". Seu amor pela Virgem Maria era tão grande que sempre que passava diante de uma imagem da Virgem a saldava com essas palavras: "Deus te Salve Maria" e certo dia a imagem lhe respondeu: "Deus te salve, filho meu, Bernardo".   Chamavam-lhe de "Boca de Mel" (Doutor Melífero). Seu imenso Amor a Deus e à Virgem Maria levava-o a estudar horas e horas cada Sermão que ia pronunciar. Como suas palavras eram sempre precedidas de muita oração e grandes penitências, seu efeito era fulminante nos ouvintes. Escutar San Bernardo era sentir um forte impulso de se tornar melhor.  

A importância de San Bernardo em sua época

San Bernardo foi à principal figura religiosa e eclesiástica do Século XII, arbitro dos principais conflitos doutrinais e seculares de seu tempo. Era um homem de ação que viajava sem parar por toda a Europa, combatendo os desvios heréticos, não parando de denunciar os abusos eclesiásticos e que previu a segunda cruzada.  Também, foi um reformador crítico e fundador de ordens religiosas, defensor do papado, profundo pensador, teólogo e escritor; deixou escrito 350 Sermões, mais de 500 cartas e uma serie de opúsculos. Além disso, governava sua Abadia de 700 homens.
Em teologia, San Bernardo ensinava três graus como caminho até Deus: a vida prática, a vida contemplativa e o êxtase.

San Bernardo defendendo a II Cruzada

San Bernardo se converte em uma personalidade importante e escutada pela Cristandade, intervém nos assuntos públicos, defende os direitos da Igreja contra os príncipes temporais e aconselha os Papas.
Em 1.130, depois da morte de Honório II, em um momento do cisma de Anaclet, foi sua opinião que aceitassem Inocêncio II.
Em 1.132 fez  que o Papa aceitasse a independência de Clairvaux, frente ao Cluny.
Em 1.145 Clairvaux da um Papa a Igreja, Eugenio III, a pedido deste, Bernardo difunde a Segunda cruzada, a Vézelay, em 31 de março de 1.146 e em Spire. O êxito da jornada fez com que o jovem Rei Luis VII e o Imperador Conrado III, tomassem a cruz.
Na historia da Igreja é difícil encontrar outro homem que haja sido tão dotado por Deus de um poder de atração tão grande para levar pessoas à vida religiosa, como o que recebeu Bernardo. Durante sua vida fundou más de 300 conventos para homens, e fez chegar à grande santidade muitos de seus discípulos. O chamavam de "Caçador de Almas e de vocações". Com seu apostolado conseguiu que 900 monges fizessem profissão religiosa.

Viajante Infatigável

O profundo desejo de Bernardo era permanecer em seu convento dedicando a oração e a meditação, porém o Sumo Pontífice, os Bispos, os povos e os governantes sempre lhe pediam ajuda e ele estava sempre pronto para prestar sua ajuda onde pudesse ser útil.

San Bernardo velador e protetor da Ordem do Templo

San Bernardo contribuiu em boa medida para difundir os ensinamentos dos Cavaleiros Templários. Apoiou energicamente a Hugues de Payns, fundador da Ordem do Templo, que havia vindo do Oriente em busca de vocações, redigiu os Estatutos da Ordem, e conseguiu que o Papa Honorio II, no começo do ano de 1.128, convocasse o Concilio de Troyes, cujo legado era presidido pelo Cardeal Mateo Albano. Assistiram ao Concilio dois Arcebispos, dez Bispos, sete Abades, dois Escolásticos e uma infinidade de outras personalidades Eclesiásticas.
A voz mais importante que se ouviu na Assembléia de Teólogos e Grande Senhores da igreja foi a do Abade Bernardo, Secretário do Concílio. Respondeu a todas as perguntas, mostrando habilidade própria de um Mestre de homens. Isto permitiu a criação e o reconhecimento oficial da Ordem do Templo.
Em 1.127, o Mestre Hugo de Payns, uma vez obtida à aprovação dos Templários pelo patriarca de Jerusalém, preparou uma viagem à Roma com o objetivo de obter uma definitiva aprovação Pontifícia, que desse modo convertia o Templo em Ordem Militar, de pleno direito. Balduíno II, Regente de Jerusalém escreveu ao então Abade de Claraval, Bernardo, para que favorecesse o primeiro Mestre da Ordem ante a Igreja.

A Ordem do Templo una obra de San Bernardo

San Bernardo de Claraval, foi um dos fundadores da Ordem Monarcal do Cister, na França. Era aos 25 anos uma personalidade espiritualmente envolvente, ativamente trabalhadora, que fundara numerosos monastérios, escreveu a reis, papas, bispos e monges, redigiu tratados de teologia, está sempre em oração e batalhando contra  os inimigos da fé de Romana. Teria dois parentes próximos entre os nove fundadores do Templo (Hugo de Payns e Andrés de Montbard, que era seu tio).
Por um momento, os Templários haviam recebido dos canônicos do Santo Sepulcro a mesma Regra de San Agustín, que eles professavam, porém, o Abade de Claraval, desejava algo más próximo e original para seus novos protegidos.
A primeira coisa que fez foi questionar em favor de Hugo de Payns e dos quatro Templários que o acompanhavam, uma acolhida positiva e cordial por parte do Papa Honório II, a quem os fundadores do Templo estavam prontos para visitar em Roma.
A decisão de San Bernardo foi a de adaptar o Templo a dura regra do Cister, com a qual a Ordem Militar organizou sua vida monacal. 
Os Templários, em quanto monges, no pleno sentido, deviam pronunciar os votos de pobreza, castidade e obediência, más um quarto voto, de contribuir a para a conquista e conservação da Terra Santa, para a qual, se fosse necessário dariam de bom gosto, à sua própria vida.

Elogio a Nova Milícia do Templo

Bernardo de Claraval (1.090-1.153) passou para a posteridade como reformador do monarquismo cristão e como homem de extremada piedade e pasmosa sabedoria. Porém também como hábil diplomático e, sobre tudo, como organizador e propagandista máximo de uma das Ordens Militares más famosas de Ocidente, a Ordem do Templo, que prolongou sua existência como tal ao longo de duas centúrias, desde 1.118 até sua controvertida suspensão em 1.312.
Em sua qualidade de secretario do Concilio de Troyes (1.128), o Ababad de Claraval redigiu a regra da nova Ordem e logo, entre 1.130 e 1.136, compôs um Sermão extraordinário, "De laude novae militiae ad Milites Templi" (intitulado Elogio da nova Milícia Templária, na presente edição), a instancias de Hugo de Payns, primeiro grande Mestre da Ordem e bom amigo seu, a quem vai dedicado o opúsculo. O futuro San Bernardo da a conhecer  nesta obra suas impressões pessoais acerca da vida do Templo, elogiando as chaves éticas de uns Cavaleiros Templários que pela força e confiança haviam conseguido superar a velha antinomia monge/guerreiro e encarnar, como escreveu René Guénon, "O protótipo de Galaad, o paladino sem mácula, o herói vitorioso na busca do Graal".

San Bernardo entrega a Regra ao Templo

Respondendo à fascinação que a Ordem do Templo segue exercendo em nossas mentes, este livro inclusive o Elogio da nova Milícia Templária, que traçara Bernardo de Claraval, há mais de oito séculos, prolongado por Javier Martín Lalanda, e uma extensa introdução ao mundo Templário, foi redigido por Régine Pernoud, a célebre medievalista francesa.
San Bernardo funda 72 monastérios, repartidos por todas as partes da Europa: 35 na França, 14 na Espanha, 10 na Inglaterra e na Irlanda, 6 em Flandes, 4 na Itália, 4 na Dinamarca, 2 na Suécia, 1 na Hungria.
Em 1.151, dois anos antes de sua morte, haviam 500 abadias cistercienses e Clairvaux contava mais de 700 monges.
Bernardo morreu em 1.153, aos 63 nos.

Canonização

Canonizado em 18 de junho de 1.174 por Alejandro III, Bernardo de Clairvaux foi nomeado Doutor da Igreja por Pio VIII em 1.830. San Bernardo de Claraval se celebra no dia 20 de agosto.
Depois de ter chegado a ser o homem mais famoso da Europa, em seu tempo e de haver conseguido vários milagres (como por exemplo, fazer um mudo falar) e, depois de haver levado a vários países monastérios com religiosos fervorosos, diante do pedido de seus discípulos para que pedisse a Deus a graça de continuar vivendo por mais tempo disse: "Meu grande desejo é ir ver a Deus e estar a junto Dele. Porém o amor que tenho por meus discípulos me move a querer seguindo ajudando-os. Que o Senhor Deus faça o que melhor Lhe pareça". E a Deus Lhe pareceu que ele já havia sofrido e trabalhado bastante, e que merecia o descanso eterno e o prêmio preparado para os discípulos fiéis, e se levou a sua eternidade feliz, em 20 de agosto do ano de 1153, aos 63 anos.

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