domingo, 21 de maio de 2017

A luta entre o ego e o Eu para o renascimento do espírito

Desde o nascimento, o homem constrói sua vida formando ao longo da trajetória o seu ego, que é quem lhe produz a personalidade. No entanto, chegará o dia em que o verdadeiro dono daquele ser, o seu Eu Divino, desperta e anuncia que quer assumir a sua casa, o "Templo sagrado do Senhor", a morada do espírito.

Nesta hora, se inicia uma grande batalha entre o ego e o Eu.
O inquilino que vive desde o seu nascimento naquela “casa” e que até então não lhe avisaram que ela pertencia a “outro dono”, irá luta com “unhas e dentes” para permanecer ali com todos os seus vícios, defeitos e virtudes, enquanto que o Eu Divino fará de tudo para reorganizar aquela casa, substituir as mobílias velhas, remover a sujeira e tornar o ambiente mais limpo e puro para a hora da viagem de volta ao lar celeste.
Não se limpa uma casa com uma única vassourada. É preciso que a sujeira seja removida gradativamente, assim acontece com o renascimento humano.
Primeiramente o inquilino da casa precisa descobrir que habita em si o verdadeiro dono daquela casa. Depois, necessita compreender que aquela não é uma simples casa, mas o “Templo Sagrado do Senhor”, uma habitação sagrada, que não necessita de posses e acúmulos de bens materiais para acender na escala evolutiva do espírito. A partir daquela descoberta inicia o renascimento do homem e ninguém pode fazer este trabalho por ele. Será uma luta pessoal onde só o despertar e a expansão da consciência poderão assegurar que ele caminha na direção do desenvolvimento espiritual.
Descoberta a semente divina dentro de si, ela precisa eclodir e depois germinar, surgindo daí o início da vida espiritual, o renascimento do qual Jesus disse a Nicodemos ser necessário para o crescimento espiritual do homem e a sua comunicação com o Pai.
Quando a semente eclode, vislumbra diante de si a luz que a princípio a “cega”, mas que é fundamental para toda a sua fecundação e frutificação.
Aquela semente que vivia adormecida no ceio do homem ao eclodir e encontrar a luz necessitará de um cuidado todo especial. Esse processo será lento, gradativo e constante devendo a ele ser aplicado todo o amor, carinho e compreensão. Isso vai requerer persistência e luta. Muita luta.
A semente é a centelha divina onde reside o espírito adormecido. O eclodir representa o despertar do espírito. A partir de então é preciso regar a terra com amor e carinho, fazendo com que a planta germine e tenha vida, “vida em abundância” como anunciou o Mestre dos mestres.
Com o germinar da semente começam a aparecer os tenros brotos que ainda são frágeis e requerem uma atenção especial para que a semente se torne árvore e a árvore produza galhos, folhas, flores e frutos.
Os primeiros instantes do renascimento são preciosos e, toda a atenção é pouca.
Quando a muda aparece no ceio da terra bendita, sente que um mundo novo se abre à sua frente e que ela deve sempre mirar o seu olhar em direção da luz que lhe proporciona vida e maior claridade. Nesta hora, as outras sementes que ainda não eclodiram e que se acham adormecidas e sem vida, julgam que aquilo não passa de uma ilusão.
Para que a planta siga em direção da luz é necessário que sejam removidos de seu caminho todas as ervas daninhas, entulhos e entraves, ou seja, tudo que antes a sufocava. Isso representa os vícios, a vaidade, o ódio, o rancor, a raiva, o egoísmo e demais entraves que sufocam a evolução do espírito.
Assim devem ser os primeiros passos do renascimento, daí Jesus ter afirmado que é necessário “orar e vigiar”. É preciso fazer do vigiar o templo sagrado da oração, onde este encontre eco nas ações do homem afim de que as orações se fundam às suas ações, palavras e pensamentos, de forma que a sua vida se uma à Grande Vida do Universo.
O renascimento é uma luta constante, que nunca cessa, haja vista que o velho inquilino nunca vai querer deixar aquela casa, estará sempre ali e se lhe for dada uma oportunidade vai querer interferir e retomar o seu poder de influência e decisão.
Renascer é algo que acontece a todo o instante e que requer uma atenção e um cuidado todo especial, para isso é necessário que se entenda que não se pode sair de pertos da fonte da “Água viva” de onde provém a vida e “vida em abundância”.

Fr. +++ Albino Neves

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